Com um novo trabalho em estúdio, o trio “Vem Sambar” quer repetir no Brasil o sucesso conquistado na comunidade brasileira do Japão
Cinthia Yumi/ fotos: divulgação
O samba dekassegui é a marca registrada do grupo “Vem Sambar – os mestiços do pagode”, formado pelos irmãos Will e Dudu Salgado e pelo amigo Digão. O grupo surgiu há pouco mais de dez anos, quando os então dekasseguis se conheceram em um churrasco entre amigos, no melhor estilo de confraternização “brazuka” no Japão, ou seja, regada a muita cerveja e batucadas.
Os três perceberam o gosto comum pela música brasileira, em especial, por samba e pagode e, decidiram levar o hobbie a sério. “Naquela época, cantarolar as músicas brasileiras era uma maneira de matar a saudade do Brasil, do calor do povo brasileiro… Mas, aí vimos que poderíamos levar a música a sério… Passamos a nos reunir para os ensaios. Gravamos um CD com 14 músicas e fizemos vários shows por todo o Japão”, conta Will, que além de vocal e tocar cavaco, é um tipo de Relações Públicas da banda.
No arquipélago nipônico, o hit que lançou o grupo foi “Amor de Paz” , e, assim como a música título dos garotos do samba, todas as outras canções têm em comum o fato de abordarem os relacionamentos amorosos, mas sempre com uma batucada alegre.
Depois da rotina de shows pelo Japão e de ter formado uma legião de fãs, os três decidiram que era hora de alçar novos voos, só que na “própria casa”. Em 2007, Will, Dudu e Digão estavam de volta ao lar… E, como já tinham uma rede de contatos profissionais consolidada – inclusive com compositores de peso, cantores e empresários da área – não foi difícil começar a mostrar o trabalho no país do samba e do futebol. “Era um grande desafio e, ao mesmo tempo, um grande sonho construir carreira no Brasil. Estamos na batalha e tem sido muito gratificante para nós”, continua Will.
Por enquanto, os três levam a rotina da maioria das bandas que sonha com o estrelato: os três moram juntos, na zona Norte de São Paulo; ensaiam semanalmente com a banda, que conta com mais 7 músicos; e fazem uma média de 12 shows por mês, a maioria no interior paulista.
No momento, eles estão em estúdio para gravar mais algumas canções que deverão ser lançadas ainda neste mês, aproveitando a folia carnavalesca. “As novas músicas seguirão o estilo da banda, que é o samba e o pagode. Mas, num futuro próximo, estamos pensando em fazer algo no estilo sertanejo, que é o grande hit do momento e, além disso, gostamos bastante”, finaliza Will.
Informações completas sobre a banda e o contato podem ser acessados no sitewww.grupovemsambar.com
Perfil dos integrantes do grupo
Dudu SalgadoNome: Eduardo Sakaizawa
Nascimento: 07/01/1980
Natural de: São Paulo
Signo: capricórnio
Instrumento: Tan-Tan De Corte
Time: São Paulo
Comida: arroz e Feijó
Hobbie: assistir a filmes
Música: Reu Confesso (Helder Celso)
Cantores: Zeca Pagodinho e Ivete Sangalo
Experiência no Japão: “Foi uma grande experiência tanto profissional quanto pessoal, e a conquista de um grande sonho, o grupo Vem Sambar”.
William JPNome: Luiz William Sakaizawa
Nascimento: 18/01/1977
Natural de : São Paulo
Signo: capricórnio
Instrumento: vocal, cavaquinho
Time: São Paulo
Comida: italiana, fast food
Hobbie : internet, assistir DVDs
Música: Ainda e Tempo pra Ser Feliz (Zeca Pagodinho e Beth Carvalho)
Cantores: Pericles (Exalta Samba); Marcio (Art Popular); Ivete Sangalo; Marisa Monte
Experiência no Japão: “Foi uma escola para minha vida. Lá eu aprendi a dar mais valor ao meu País e aos novos aprendizados, como educação, cultura e trabalho”.
DigãoNome: Rodrigo Sadao Bruno Hiroyama
Nascimento: 04/02/1983
Natural de: São Paulo
Signo: aquário
Instrumento: pandeiro
Time: Corinthians
Comida: massas e comidas típicas mato-grossenses
Hobbie: internet e musicais
Música: Deixa Acontecer (Revelação); Temporal (Art Popular)
Cantores: Jorge Aragão; Marcio (Art Popular); Geovanny e Pericles (Exalta Samba); Ivete Sangalo; Ana Carolina
Experiência no Japão: “Uma lição de vida. O começo da realização de um sonho! Uma responsabilidade que o grupo Vem Sambar teve em levar um pouco do Brasil para os dekasseguis no Japão, através da música”.
Tem japonês no pagode
Com um português tosco, nada de samba no pé, alguma ginga e muita força de vontade, o grupo que está “bombando” no YouTube e até foi notícia no programa Fantástico, da Globo, é o Y-no, formado pelos japoneses Bekki no pandeiro; Reji no baixo; Ta no banjo; Kenta Ohno no rebolo; Hisashi no cavaquinho; e Yamagataro na bateria.
O único hit de sucesso é o “Querido meu Amor”, que no embalo do samba traz “pérolas” do tipo “A namoração na internet é bom, né?”, “Eu sou galinha”, e, “Me dá uma chance para este lixo aqui”….
O estilo estranho, com cabelos chapados e roupas listradas e xadrez, não tem nada a ver com os pagodeiros brasileiros, que fazem questão de usar calças justas e camisas baby look, mas, o esforço em cantar em português e divulgar a música brasileira no Japão – ainda que num português bizarro – foi reconhecido não só na internet, mas pela mídia da comunidade nipo-brasileira e até a brasileira.
A carreira começou em 2007, quando os então estudantes da Universidade de Sophia, em Tóquio, perceberam que tinham em comum a paixão pela música brasileira. Não só a paixão, mas a facilidade para fazer pagode, segundo relatou um dos integrantes a um site de notícias da internet. Na entrevista, ele dizia que era fácil entrar no ritmo do pagode, afinal, “é só pegar um chocalho e chacoalhar e você já está fazendo um pagode”.
Ao contrário do que pode parecer, os “japoneses do pagode” até entendem de música brasileira sim e citam influências como Beth Carvalho, Zeca Pagodinho e Fundo de Quintal, entre outros nomes famosos no Brasil. Inclusive, eles até já visitaram nosso País, há três anos, quando aproveitaram a estada para pesquisar mais sobre música brasileira e comprar instrumentos típicos, dificilmente encontrados no Japão.
Se você ainda não conhece o grupo, pode dar uma acessada no site oficialgrupo-yno.cocolog-nifty.com ou no www.youtube.com/watch?v=IVNlM_JlWCw.
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